terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Xanthi

Na quinta, dia dezanove, ficámos por casa durante a tarde, no relax puro. Fomos vendo os planos para o dia seguinte e cenas assim, ora na internet, ora simplesmente conversando sobre isto e aquilo. O plano era ir para Sarajevo no dia seguinte. Significaria andar um bocado para trás, mas era porreiro conhecer a capital bósnia e depois passar em Dubrovnick, que me dizem ser altamente, e finalmente continuar para Este.

À noite fomos beber uns copázios. Encontrei o meu primo Froza, que se encontra, pelos vistos, de boa saúde, feliz e com uma miuda simpática e muito gira destas terras balcãs. Foi porreiro ter estado com ele ao mesmo tempo que com os meus camaradas sérvios. Fomos para um bar vazio estilo restaurante. Por aí ficámos umas três horas. A conversa andou, naturalmente, à volta de políticas balcãs, etnias, nações, e essas porcarias todas que apesar de, de certa forma, me arrepiarem, me interessam. Era mesmo aquele estilo dos balcãs... bares fumarentos com pessoal a aparecer a tocar violino, contrabaixo naquele ritmo acelerado de quem quer saltar. Tinha reparado num senhor numa mesa, barba grande, cabelo ralo, óculos de fundo de garrafa, lembrava-me o Karl Marx. Estava mais ou menos estátito, só se mexendo para sacudir a cinza do seu cigarro, ou para assassinar mais uns centilitros de rakia. Comentei com o pessoal e oferecemos-lhe uma cerveja. Ele nem agradeceu. Ok. Às tantas o Jovan foi convidá-lo para a nossa mesa, convite que o senhor recusou, dizendo que tinha acabado com a sua namorada e que queria estar sozinho. Todavia, não recusou quando o João, que tinha bebido pela primeira vez na sua VIDA cerveja preta, se aproximou e o convenceu a juntar-se a nós. Era professor de física e um personagem interessante.

A noite seguiu o seu curso natural, e fomos para casa. lá esperáva-nos um prato de Musaka, uma comida típica destes lados. Mas um prato à séria. Apesar de bastante saboroso, lá fiz um esforço para comer a tonelada que a mãe do Jovan tinha feito aterrar no meu prato. Foi com terror que a vi, tendo eu acabado, cortar outra grande fatia e depositá-la à minha frente. Um viajante a queixar-se de lhe oferecerem muita comida – ridículo!

No dia seguinte acordámos cedo, prontos para ir para Sarajevo. Não deu. O Jovan deixou-nos na estação de serviço um bocado antes da autoestrada, e lá nos deixamos ficar, à saída, com um sinal a dizer Sarajevo. Esse sinal depois mudou para Bosnia, e na última estância para “RS”, que quer dizer república sérvia, e escrevemos seguindo o conselho de um senhor. Senti-me um bocado estúpido a fazer aquilo, porque não me fazia sentido nenhum, mas lá pensámos que se ele o disse, devia haver uma razão. Acontece que a Bosnia está dividida na parte muçulmana e na parte sérvia, e esse sinal de “RS” seguido do nome da primeira cidade Bosnia era, efectivamente, o mais indicado. Não que nos tenha levado a lado nenhum... Num último bafo de pseudo-desespero, escrevemos “Anywhere”. Também não deu. Pois então lá contactamos o Jovan, que mais uma vez nos veios buscar.

Nessa noite vimos o “Pretty Village Pretty Burn”, um filme sérvio, dos melhores que já vi sobre guerra. Basicamente os muçulmanos e os critãos na Bósnia começaram a descurtir-se cada vez mais, e rebentou tudo. O filme passa-se em quatro momentos. O momento final, em que os sobreviventes estão no hospital; o momento em que dois amigos partilham as brincadeiras típicas da infância; o momento mais tardio em que ambos abrem uma garagem, e vão cortiré e essas cenas, e finalmente o momento da guerra. Os bósnios cristãos andavam p’raí a queimar aldeias muçulmanas e matar pessoas, e vice-versa. E os dois amigos são de religiões diferentes. Religião. O maior embuste da história da humanidade. Como é possível que alguns gajos com talvez uma grande moca, o dom da palavra e um ego inflamado, começaram a falar e o pessoal deixou-se ouvir? Estes gajos que pegaram nas palavras de outros ménes, desde Buda a Jesus e decidiram que essa cena do amor e tal até é fixe, e o mais fixe é forçá-los sobre os outros. O ser humano é ridiculamente estúpido quando se submete a tais práticas. Pá se tu tens a tua religião, fica com ela, não há crise. Cada pessoa tem as suas estratégias, umas mais eficazes que outras, de lidar com os problemas do dia-a-dia. Mas não deixes para o céu os prazeres e vivências que podes ter agora. Porque não jogar pelo seguro e fazer tudo na única pseudo-certeza que temos, que é esta VIDA presente, sendo feliz sem espezinhar? Há uma estória que fala de um esquimó a quem tentam evangelizar. Ele pergunta ao soldado de cristo: “Estás a dizer que se eu cometer pecados vou para o inferno?” “Sim”. “Mas que se eu não soubesse da existência de deus não ia?” “Sim.” “Então porque é que me disseste?”. Em nome de alguém que, supostamente, anda acima das nuvens a ver o que sete biliões de pessoas fazem...

No dia seguinte o Jovan deixou-nos noutra estação de serviço, direcção a Skopje, Macedónia. Sendo que temos de estar no Irão dia vinte de março (o visto expira a cinco de Abril, e só podemos estar no país quinze dias), os dias estão a passar, e decidimos marimbar-nos para a Europa, que sempre está aqui ao lado e esta, e mandar-nos para Este. Ficámos algum tempo nas portagens até que, percebendo a falta de sucesso, pedimos simplesmente para nos levarem até à próxima estação de serviço. O Nikos assim o fez e lá ficámos meia hora até ter aparecido o Draguisha e a sua filha, que nos levaram cinquenta quilómetros. Estávamos na estação de serviço menos concorrida da história. Mas ok, há que não desanimar. Percebendo que algo estava a falhar, em vez de escrevermos apenas “Nis”, uma cidade sérvia a sul, escrevemos todas as cidades desde onde estávamos até Skopje, perguntando às pessoas se iam para aí. Apareceu a Mila e o seu marido que, vendo “Paracin”, disse que ia p’raí. Fomos com casal e andamos uma boa horinha, para aquecer os pés. É que estava cheio de frio. Uma t-shirt, uma long-sleeve e um casaco, um recorde pessoal de roupa, e ainda assim tiritava como... algo que tirita muito.

Ficámos na última estação de serviço antes de Paracin e depois apanhámos boleia dum senhor cujo nome não me lembro. É que perdi a cena onde aponto os nomes e não consigo decorar todo e cada um. Tive de os convencer a nos levar durante um bocadito. Ai não há espaço e tal. um gajo aperta-se. Ai as malas e não sei quê. Um gajo leva no colo. Acontece que o gajo tinha dito que ia andar quarenta quilóemtros mas tinha-se enganado e ia mas era andar cinco! Estranho. Ainda assim levaram-nos a uma estação de serviço fora da autoestrada, mais à frente. Já estava noite, os pés molhados e o número de carros a diminuir. A situação afigurava-se triste. Após desistirmos de estar nas portagens, caminhámos um bocado, numa estradita ao lado da autoestrada e fomos ter a um restaurante, onde um outro méne esperava boleia para Skopje. Ficámos ali meia hora,  à espera que ele se safásse, sendo que tinha prioridade, e apareceu um autocarro. Quando pedi a um méne para traduzir e perguntar quanto era o bilhete, o condutor disse que eram quarenta euros para duas pessoas! Ora nós estávamos a mais ou menos quarenta por cento do percurso. E para cem por cento do percurso, de Belgrado, eram quarenta e quatro euros. O gajo estava era a dar uma de chico, como o outro no comboio. Um gajo disse que não e depois, num instinto, vendo que o condutor estava a tomar café, o João foi caminhando para o autocarro pela parte de trás e eu segui. Nada a perder.

Estivémos convencidos de que passáramos despercebidos durante umas duas horas, até que ele vem pedir os passaportes. Porque estávamos prestes a passar a fronteira. Depois o gajo pediu outra vez os quarenta euros. Já tínhamos antecipado a situação, e eu tirara trinta dólares, ficando eu com vinte e o João com dez. Dei-lhe os vinte dólares, dizendo que era o que tinha, e quando ele insistiu o João deu-lhe os dez. A comunicação arrastava-se em sérvio dele e inglês foleiro nosso. Após termos dito ambos a mesma coisa vinte vezes, ele a escrever o número quarenta e nós a dizer que era isto que tínhamos, ele calou-se. Esteve a olhar para o chão uns dois minutos, e dava para ver que ele estava com por cento naquele limbo de “será que permito, será que não...”. E eventualmente foi embora.

Quando chegámos a Skopje fomos à internet ver se tínhamos sofá. Tínhamos, e contactámos o Thomas, com quem fomos ter a um bar onde via um concerto. A minha primeira impressão de Skopje foi bombástica. Não sei se foi do timing ou da minha disposição, mas disse logo que era a minha cidade preferida da viagem. Acabou por não ser. Ficámos lá no bar com o Thomas e os seus amigos, pessoal do European Volunteer Service. Pagam-lhes a renda num apartamente muito porreiro, e dão-lhes um fundo de maneio de cento e cinquenta euros, o que, numa cidade como Skopje, dá para viver sem grandes problemas. E considerando que é voluntariado, ‘ta-se muito bem. Fiquei a pensar nisso. Afinal de contas, estar à procura de emprego em Portugal, ou fazer voluntariado na Albânia enquanto se procura emprego, não só ajudando como adicionado ecperiências ao currículo e à VIDA, não é bem o mesmo...

O Thomas é uma rapaz de vinte e cinco anos da Eslováquia, formado em documentação de não-sei-quê histórico, um curso de que nunca ouvi falar. Foi um anfitrião porreiro, simpático e que me mostrou, no dia seguinte, um documentário que ficou. Um documentário dos anos setenta que consiste, basicamente, em vários velhos e velhas que vivem isoladas, sozinhas, numa sítio qualquer na montanha. Tocou-me a solidão deles. Nem sempre penso nisso, mas ver estas realidades lembra-se sempre que há muito mais do que aquilo que os meus olhos conseguem alcançar. Acho que às vezes prefirimos viver dentro da nossa bolha, o nosso mundinho que conhecemos e não é assustador. Isto nem tem que ver com ciajar ou não viajar, pois tantas vezes levamos, na nossa percepção, o mundo atrás de nós. Não tem necessariamente nada que ver com viajar pois não basta mais que sair do nosso quarto para nos apercebermos do que realmente se passa por aí.

Depois do concerto viemos para casa e ficámos na conversa enquanto comíamos uma sopa.

No dia seguinte fomos dar uma volta pela cidade. Houve um terramoto em Skopje em mil novecentos e sessenta e quatro e oitenta por cento da cidade foi destruída. À conta disso, passear em algumas partes da cidade, nesta altura pré “projecto 2014”, é como passear num prédio em construção. Apesar disso, tem imagens belas, ainda que essas sejam criticadas pelos gregos. É que a arquitectura que está visível em alguns monumentos em construção e algumas estátuas é, dizem, roubada aos gregos. “É como se eles estivessem à procura de uma identidade”, diz-me o Thomas.

Andámos com uma amiga do João e duas amigas suas. Depois de uma voltita fomos tomar um café. Não sei como a conversa foi parar aos albaneses e não sei quê. Que frustração me deu esta conversa. Tanto ódio estúpido e cego por pessoas que, coitadas, nasceram dentro de outras fronteiras. Ai porque eles fazem isto e não sei quê. E roubam. E matam. Esfolam? Uma estupidez, sendo que primeiro, em tantas vezes uma situação é exagerada e generalizada e segundo, sendo que esta atitude e predisposição a agir para com determinado grupo ostraciza-os, e essa ostrização leva a comportamentos anti-sociais, como roubar, e roubar leva a uma predisposição a ostracizar. E parece que o pessoal não entende que isto é um ciclo vicioso e que cabe a cada um de nós interromper. O comportamento de uns pinta um grupo inteiro se este grupo não é do nosso. Como com o romenos em Vale de Cambra.

Elas disseram mesmo “nós odiamo-los”.
- Mas como é que sabes que é um albanês? A cara é diferente? É mais moreno? Isto é, como é que sabes quem odiar – perguntei
- Ai agem diferente e tal – responderam, nem percebendo a intenção da minha pergunta. E roubam. Quando perguntei a cada uma se já tinham tido problemas com albaneses responderam que não. Mas os media mostram. Iá, os media da Macedónia. Mas pronto, os media mostram, um gajo acredita e seiga para a frente com a pala no olho...
Nessa noite, depois de ver o documentário fomos dormir.

Acordámos no dia seguinte com intenções de vir para a Grécia ou a Bulgária. É que tínhamos estadia para ambos, e o sítio para onde iríamos à boleia er antes da autoestrada se dividir. Assim sendo, iríamos para onde fosse a primeira boleia. Caminhámos até à estação de autocarros e, percebendo não os haver, decidimos apanhar um táxi com um méne que apareceu. Ai três euros até lá, são quatro quilómetros, diz o Chico. Dissemos que sim, o méne andou p’rai cinco minutos e parou. Após alguma discussão saímos. Caminhámos um pedaço até uma estação de serviço e aoanhámos uma boleia do Dean, na primeira vez que perguntámos. Fomos até a uma estação de serviço vazia onde já estava um rapaz à boleia. Esperámos que ele apanhásse a sua, que foi no primeiro carro que apareceu, e fomos na nossa, que foi no segundo carro que apareceu. Andámos um bocado com este senhor, até que nos deixou noutra estação de serviço, deserta mas deserta. Tínhamos anteriormente equacionado separar-nos, e desta feita era a minha vez.

Assim, após cerca de uma hora de espera, apareceu uma boleia para um, em que fui. Pá aquilo dá todo um novo significado à palavra “carripana”. Não tinha cintos, fazia um barulho a andar que parecia uma cadela a parir, e ao meu lado,  na porta tinha um buraco onde podia por onde entrar um pombo correio.

Eu tinha percebido que ele ia até à Grécia, mas não! Deixou-me uns seis quilómetros antes, debaixo de uma ponte na autoestrada. Esperei p’rai vinte minutos mas aquilo assim não dava. Estava a chover e eu estava cheio de frio. pus-me a caminhar com o polegar esticado, e apareceu um rapazola com a sua dama. Disse que ia a Thessaloniki mas passado um bocadito disse que tinha de parar depois da fronteira. Antes da fronteira macedónia disse que tinha de ir para não-sei-onde depois da fronteira e que era melhor eu ir. Estranho, mas ok. Podia simplesmente ter dito “não quero atravessar a fronteira contigo.” A pé lá passei a fronteira. Estava à espera que a polícia estranhasse mas mal olharam para mim, mesmo quando olharam para o passaporte.

Depois da fronteira grega apanhei uma boleia p’rai do sexto carro que apareceu, que ia para Thessaloniki. Ora eu queria ir para Xanthi, que é depois de Thessaloniki. Só que eu não sabia para onde ia essa estrada, e não sabia falar com o Kris, o senhor que só falava grego. Assim fui ter ao centro da cidade. Procurei um sítio com internet e fui mandar um pedido no grupo de emergência do couchsurfing, caso não conseguisse boleia. Lá vi que o Pawel, que conhecera em Belgrado, também andava por ali. Mandei-lhe um sms e passado meia hora encontrámo-nos no centro, prontos para seguir para Este. Apanhámos o autocarro 27 e depois o 83. Conhecemos a Maria, uma grega engraçada e baixinha, que nos disse que não era preciso pagar.

Saímos num sítio mau e metemo-nos c aminho. Ui, chovia e tudo. Caminhámos p’rai uma hora e meia. Mas foi fixe pá... Ao caminharmos ali naquela descida, vendo a estrada a alargar-se a dezenas de quilómetros à frente, esventrando os campos verdejantes ao seu redor, sentindo a chuva e o Vento frio senti que, pode ter os seus inconvenientes e problemas, mas aquilo é que é a VIDA. Aquilo. O não-saber, o andar meio perdido, o conhecer a amabilidade dos demais, as meleitas inerentes a quem se lança ao desafio, isso tudo é o que se cola dentro de mim. Deixa-me mais soessegado, mais descansado, ainda que nas pernas leve oitenta quilómetros.

Sou muito existencialista e questiono às vezes cada pixel do que vejo. Isto não é bom. Porque as perguntas que não têm resposta, na sua maioria, e a frustração pesa muito, por vezes. Contudo, neste último mês em viagem, as perguntas surgem na mesma, mas surgem como se tivessem sido lavadas com condicionador. São suaves porque não há frustração quando a resposta sobre o sentido é fazer o melhor por cada momento que agora existe em nós.

A lua já reinava quando parou à nossa frente um camião turco. Só com dois lugares, mas que interessa? Altamente! Sentei-me no meio, o Pawel no pendura, e seguimos até seis quilóemtros de Xhanti. Aí fomos caminhando. Estava meio preocupado com o paradeiro do João, mas descansado ao mesmo tempo por saber que ele não precisa de mim para se safar. Tentei ligar-lhe mas o telefone ainda não funcionava. Passado um minuto parou um carro à nossa frente. Porreiro. Sai uma pessoa a gritar e eu pensei, dado o agudo presente naquele grito, “deve ser uma gaja toda divertida”. Era o João! Tínhamo-nos separado seis horas antes, trezentos quilómetros antes, e acabei por apanhar a boleia dele! Há cenas assim.

Chegámos ao dormitório da Evi, uma pequenina grega que fala inglês com um sotaque italiano enrolado, e ficámos a noite toda a conversar, beber uma duas cervejas, e comer umas sanduíches. Era o que esperava. Os gregos que conhecera antes tinham todos uma personalidade forte e uma atitude revolucionária. Este, igual. Curti muito a conversa. Desde torias da conspiração à corrupção, abordámos um pouco de tudo.

Hoje acordámos lá p’rás onze. É que ontem fomos dormir tarde. Relaxamos um bocado, ainda almoçámos (de graça, nas cantinas) e depois fomos tentar a sorte da Turquia. Fomos apenas eu e o João, e apanhámos logo boleia de um rapaz aqui no dormitório, até à estrada que seguia para Este. Fomos andando um pedaço e apanhámos boleia de outro rapaz que nos deixou numa estrada que desembocava em duas para o mesmo destino, mas uma sendo autoestrada e a outra nacional. Um senhor parou passado um bocado e disse que ia para uns vinte quilómetros de Komotini, uma cidade sessenta quilómentros Este. Ora o problema foi que ele foi pela nacional, e nos deixou depois num sítio onde passava um carro a cada quinze minutos. Bela porcaria. Metemo-nos um de cada lado da estrada e caminhámos em direcção a Xanthi. Assim, se eu apanhásse boleia, íamos para Este, se o João, do outro lado da estrada, apanhásse, voltávamos para casa. Não apareceu ninguém. Caminhámos bué até que vimos um sinal a dizer “Termas”. Ah, porque não?! Era a três quilómetros e decidimos ir ver. A caminho apareceu um cota num jipe, que apesar de não falar inglês nenhum, nos levou às termas. Era um monte de casas todas destruídas e partidas. Ok, siga p’ra trás.

Caminhámos tanto,... “Xanthi 17km”, um gajo via. Dezasseis, treze...

Foi dez minutos após termos feito uma pausa que apareceu, imagine-se, o mesmo cota que tinha andado connosco algumas horas antes! Levou-nos ao dormitório, tendo nós chegado mesmo a tempo do jantar! Agora estou a descansar na sala comum, e amanhã siga Turquia.

21h19-3ª-22-2-22
Xanthi, Grácia

1 comentário:

  1. Palavras para quê? "...Porque não jogar pelo seguro e fazer tudo na única pseudo-certeza que temos, que é esta VIDA presente, sendo feliz sem espezinhar?"

    É isso mesmo!

    Continuação de boa viagem!

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