segunda-feira, 28 de março de 2011

Hamadan


Estou no Irão, em Hamadan. São quase três horas  locais e o gerente deste hotel acabou de se aproximar com um chá. Estou bastante cansado, passei o dia todo a viajar, mas tinha só de escrever qualquer coisa para descrever este momento. Tenho de tirar uma foto antes de ir embora a este “hotel” e ao meu quarto, pois contado apenas creio que ninguém acredita.
                   
Depois falo do Curdistão, que foi demais. Tive uma sorte enorme com as pessoas que encontrei. Como o Zhino, que não só me pagou tudo como também me pagou um autocarro de sete ou oito horas até Sanandaj. Antes de entrar ele falou com alguém para me ajudar a depois arranjar um autocarro para Hamadan. Paguei cerca de quatro dólares por esse autocarro, que me deixou na periferia da cidade. Um rapaz, sabendo que eu era estranjeiro aprontou-se a arranjar-me um táxi para um hotel. Saiu do autocarro comigo, deu-me um papel com o seu número de telefone caso eu necessitasse de ajuda e depois fez sinal ao primeiro carro que passou, e que parou. Saiu de lá um homem mais sujo que um cano de escape. Era mecânico, fez-me perceber, e pedia p’rai quatro dólares. Eu tinha dez mil reais (um dólar) e uma nota de um dólar. Renintente lá aceitou e conduziu-me a um hotel onde pediam setenta dólares. Que riso. É que aqui nem há multibancos. Ou melhor, há, mas são poucos e só funciona com cartões locais. E no Paquistão imagino que seja o mesmo. Ora eu tenho oitenta dólares comigo, é o único dinheiro que tenho, e conto passar aqui dez dias e quinze no Paquistão. Tudo se resolverá. Já pensei que posso perguntar no couchsurfing se alguém tem uma conta inglesa, e caso haja alguém, posso pedir a um amigo meu de Birmingham para lhes transferir libras, e eles depois dão-me dólares. De todo o modo, com este dinheiro só posso gastar três dólares por dia. A ver vamos. São p’rai dois euros e pico.
               
Assim, agradeci e disse que não ia dar... e o “taxista” levou-me a outro sítio. Hóteis daquela qualidade mais podre a que um gajo está habituado. Dois estavam fechados e um estava aberto. Não tem quartos, mas que interessa? “Ficas aqui”, disse o gerente, a apontar para um pedaço de chão da recepção. E aqui estou, numa cama de cobertores, no chão,, com o gerente ali a dois metros. O gajo pediu-me dez dólares. Everybody’s trying to make a buck. ‘Tá é burro. Ofereci cinco, ele disse sete e eu aceitei. Só que eu só tinha mesmo dólares. Por isso, ao fazermos as conversões eu voltei atrás e acabei por lhe dar só cinco. Pá é que estou no chão méne!
               
Vou dormir.

3h00-25-3-11
Hamadan, Irão

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