De repente,
apeteceu-me chorar. Não saiu daqui nada, tudo continua na mesma. Os velhos
atrás de mim continuam a ver o rei na televisão, o escuro ainda persiste lá
fora, e os meus olhos ainda estão secos. Mas, quando clicando para a próxima
fotografia, te vi a aparecer em Sevilha, senti
como se me tivesse esquecido como respirar por um segundo e um fogo
subiu ao meu olhar. Penso em ti, miúda.
Todos os dias mais longe, mas penso em ti.
Queria-te aqui comigo, queria que pudesses, ou quisesses, ou seja lá o que for
–lembro-me como ficaste quando disse que não querias–, viver estas coisas
comigo. O mundo tem mais piada quando estou a vê-lo, e a minha VIDA tem mais
piada quando o vejo contigo.
Mas estás agora
longe... ou estou eu agora longe... e penso naquilo que o futuro nos reservará,
e em como vou conciliar tudo o que existe fora de mim com tudo o que existe lá
dentro. O mundo sempre me chamará, isso já percebi. Acho que já percebemos. Espero
que tu nunca precises de fazê-lo.
Preocupa-me, por vezes, como vou estar com
estes chamamentos, o silencioso e o estrondoso...
Não é muito justo
para ti, eu sei... Sei que me percebes, mas não sei se, no fundo, gostarias que
fosse diferente. Mais igual.
Detesto a ideia de
estares à minha espera. Se não gosto que esperem por mim para encontros, que
sentir se a pessoa mais mundo que tenho esperasse por mim para a VIDA? Detesto
esse sentimento com um medo visceral de que seja real, e sonho com este futuro
que anda por aí perto, um futuro em que eu consiga estar contigo, viajando em
sonhos, esperando as alturas em que se tornam realidade, sem que o tempo de
espera seja uma intermitência da VIDA.
Quando estou
contigo nunca estou em intermitência. Há sonhos e viagens que vão acontecer,
mas quando te estou a tocar estou ali. Quero, para sempre, convidar-te para
cada sonho. Quero, para sempre, que haja uma viagem ao virar da esquina, e que
sejas tu a estrada e eu próprio ao mesmo tempo e nunca o edifício que nos
separa.
21h03, 6ª, 28-2-14
A caminho de Essaouira,
Marrocos
Um caminho com imensos...solavancos.
ResponderEliminarNão deve ser fácil, não.
Grande abraço e continuação de boa viagem.
Tudo de bom.
Não me conheces Pedro, mas habituei-me a seguir a tua odisseia e todos os dias a ansiar por ter a mesma força para realizar tamanha façanha.
ResponderEliminarCom dias muito complicados pelo meio muitos mais como eu te mandam a nossa força.
Boa Jornada.
Mj