segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden


Mataram o Bin Laden hoje, a 50km de onde me encontro. Passei pela vila onde tal aconteceu no sábado, ele morreu no domingo. Celebra-se um pouco por todo o mundo, nos Estados Unidos o pessoal anda pela rua. Mas há algo que para mim não me parece bem... algo que me faz comichão e me deixa um bocado na retranca.
               
Não acho bem que se celebre a morte do Bin Laden. Não acho bem que se celebre qualquer morte. É o que sinto, tanto instintivamente como após reflectir acerca do assunto. Está claro que, a ser verdade que ele cometeu todas as atrocidades que cometeu, eu prefiro-o morto do que vivo. Não por castigo, não por isso, mas simplesmente porque a sua “ausência de VIDA” faz com que ele não possa continuar a cometer atrocidades contra a humanidade. Não vale a pena, neste momento, falar dos seus eventuais seguidores que o farão pela sua vez.
               
Às vezes nós somos obrigados a tomar uma decisão, e posteriormente concretizá-la, que, não sendo uma boa decisão, é a melhor que nos está disponível. Para mim é exactamente o que se passou aqui. Mas isso não deveria ser motivo de celebração. Leva-se a cabo a decisão anteriormente tomada, mas não se celebra, porque há uma tristeza latente de termos sido encurralados e não termos tido muitas opções senão destruir uma VIDA. E seguimos em frente, com a noção de dever cumprido mas a tristeza da constatação de que o mundo ainda é um mundo onde é preciso matar para evitar que se mate.
               
Talvez ingenuidade, mas é o que sinto.

1 comentário:

  1. Concordo contigo , mas não posso deixar de sentir que a sua morte não foi uma perda, embora ache que a reação à violência não deveria ser tb com violência. Mas é dificil

    ResponderEliminar