- Que bicicleta é que tens? –
perguntou-me a Cáti, na última Quinta-Feira antes de partir. Tinha-a convidado
para o meu jantar de despedida nesse Sábado, mas como a miúda ia para o Brasil,
disse para ir jantar a casa dos pais dela, para o aniversário surpresa do seu
pai.
- Não tenho bicicleta ainda... –
respondi, inocentemente. As gargalhadas demoraram um pouco a parar.
Na verdade, quando na Sexta acordei,
olhei para a minha mesinha de cabeceira, do meu lado direito, e ali estava a
única cena que tinha comprado para esta viagem – um tubo de filtrar a água para
poder beber do rio em África! Não tinha bicicleta, utensílios, e o meu
passaporte só estava pronto na Quarta, partindo eu na Terça. “’Táss bem”,
pensei. Porque na verdade ‘tava-se bem. Em minha defesa, tinha muito
recentemente apenas sabido que podia ir de bicla, pelo que não pude arranjar
nada. É certo que o soube na Terça e até então não tinha arranjado nada. Mas
cada um tem o seu estilo e a sua cena. O meu estilo e cena passa um bocado por levar
com o cepticismo do pessoal que me rodeia. “Vais quando? Algum dia!? Não tens
nada pronto! É-me difícil levar este teu projecto a sério porque não arranjaste
nada! Estás a tratar das cenas irresponsavelmente! Não fazes a mínima ideia
disto e daquilo!”, e frases do género, que eu lá ia ouvindo, deliberadamente
deixando entrar num ouvido e sair noutro, por sentir tais afirmações como
precipitadas ou injustas.
Por ter uma maneira de ser
bastante desprendida e relaxada, acho que às vezes o pessoal confunde isso com
toleirice. Sei lá, algo do género. Acho que às vezes não me dão muito crédito,
é isso. Não digo isto com rancor ou mágoa, pois se tanta gente o diz realmente
devo emitir uma onda qualquer de desorganização. Que não corresponde
necessariamente à realidade. Pois o que interessa é que as coisas aconteçam!
Para que é que eu precisava de ter tudo com duas semanas de antecedência?
Assim, depois de ter reflectido a
olhar para aquele tubo, liguei para a Veloculture, uma loja de bicicletas em
Matosinhos que o Rafa 2numundo me tinha aconselhado. Falei-lhes do que ia
fazer, eles aconselharam-me a Raleigh Royal e predispuseram-se a fazer-me um
desconto de dez por cento como forma de apoio. Liguei ao Miguel e fomos lá
buscar a bicicleta que baptizarei de Bicicleta. Okay, já tinha uma bicla,
excelente!
O resto ficaria para Sábado.
Liguei ao João e ao Lima, que tinham dito que vinham comigo comprar as cenas e,
juntamente com o Filipe, que tinha vindo de Lisboa para o meu jantar de
despedida, lançámo-nos para a Decathlon de Aveiro. Três horas e 525€ saíamos de
lá com quase tudo o que eu precisaria nesta viagem. Ficou a faltar um fogão de
vários tipos de combustível e os alforges.
Nesse dia tive o meu jantar de
despedida. Foi fixe juntar no mesmo restaurante do costume tanto amigos quanto
família, e foi uma noite demais. Tão fixe que só fui dormir no dia seguinte às
nove da noite...
Com a tua "desorganização", afinal ficou tudo... organizado. :)
ResponderEliminarBem vistas as coisas, ir até à África do Sul de bicicleta, não é a mesma coisa que ir a Belém comer pasteis de nata, mas haverá sempre os "complicados" os "descomplicados" e finalmente os... "Tásse Bem" nada de complicar e de estragar a "onda" :))))))))))))))))))))))))
Se a bicla te parecer algo pesada, sou eu dentro de um dos alforges ;)
Abraço!
Epa não era numa de ser chato mas era porreiro meteres aqui fotografias ou fazer uma lista do que compraste como da outra vez.
ResponderEliminarEstou com alta vontade de ir vendo aqui o blog, eu depois de ler o Daqui Ali, fiquei com a ideia de viajar sozinho à boleia e às vezes com bike,portanto esta tua viagem veio mesmo a calhar haha
Abraço e boa viagem ;)
Boas viagens por la carretera da Mãe Africa ! Waiting for news ! Grande abraço* :)
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