sábado, 29 de janeiro de 2011

Até Barcelona


Sabes que tens um problema com insónias quando começas a pensar que se calhar até estás a dormir mas estás a sonhar que não consegues dormir. Pelo menos era o que me passava pela cabeça anteontem à noite em Madrid. Incrível estar cheio de sono, cansado, e não conseguir dormir. Infelizmente isto já não é novo e a cada três ou quatro dias o meu corpo gosta de usufruir do seu direito à paradoxalidade. Assim estava na noite antes de partir para Barcelona. A dada altura, lá nos confins do seu quarto o Nicola, colega de casa da Audra, começou a ressonar, o que me alegrou, sendo que me podia enganar e pensar que afinal eu não conseguia dormir mas era por causa daqueles roncos. Enfim.

Pois ontem, contrariamente ao esperado, lá acordei mais vivo do que pensava. Acordámos às sete, tomámos banho e essas cenas. Pequeno-almoço e apanhámos o comboio (cercanias, para pequenas distâncias) até Guadalajara. O Johnny Calzony quis passar sem pagar e conseguiu. Ou conseguiu entrar, pelo menos, sendo que à saída foi apanhado e em vez de pagar quatro euros e meio pelo bilhete pagou dez de multa. Às vezes o barato sai caro, já dizia o meu pai. Mas dez euros é um preço supreendentemente agradável, parece-me.

De Guadalajara apanhámos um autocarro de um euro para Taracena e uma vez chegados aí caminhámos até à estação de serviço na autoestrada, uns dez minutos, se tanto. Não demorámos mais do que dez minutos a encontrar o Milton e a sua mulher, um casal boliviano, que nos levou até à última estação de serviço antes de Saragoça. Daí, não demorámos mais de outros dez minutos a encontrar o Johnny (ou p’rai Jóni em espanhol) que nos levou até... Barcelona. Ou seja, desde que perguntámos à primeira pessoa por boleia, em Taracena, demorámos umas seis ou sete horas a chegar a Barcelona, seiscentos quilómetros!

Estou agora aqui estendido num colchão na sala de um apartamento a dois minutos a pé das Ramblas, concluindo esta pequena recuperação, sendo que andava cansado desde Portalegre. Ontem ficámos por casa. A nossa anfitrã é de Madagascas e a sua colega de casa da Austrália e é o pessoal que uma pessoa quer conhecer. Passámos toda a noite a beber uns copos, comer umas sanduíches e conversar acerca de um pouco de tudo. Pessoal muito relaxado e liberal. Barcelona espera pelos meus olhos mas a minha pele espera por um chuveiro. Hasta luego.

13-55-sábado-29-1-11
Barcelona

Sem comentários:

Enviar um comentário