Estar em Vale de Cambra está a deixar-me com uma certa ansiedade latente. O primeiro mês e meio foi porreiro e tudo mais, as cenas passaram-se bem e com aquele gosto da novidade (sem comentários), mas parece que foi há ano e meio e há pouco mais de mês e meio foi! Preciso de ir. Tenho-me questionado acerca de algumas cenas... noutro dia estava a fazer não sei o quê e dei por mim a perguntar-me se sempre teria esta necessidade de ir a algum lado, ou planear fazê-lo, e se esta ansiedade em estar no mesmo sítio se manteria. Não estava a perceber bem a perspectiva que estava a adoptar, e fiquei com ela alguns minutos. Longos, longos minutos, que se acredite! Porque desta questão advêm outras, nem por isso pertinentes (sendo que advêm de uma falácia) mas de certo modo incómodas. Pois bem... a noção de que nunca vamos estar bem em lado nenhum não é propriamente daquelas coisas que são o sonho das almas mais modestas, vale a pena dizer. E então estava ali eu, a olhar para um sítio qualquer, convencido que havia algo de errado com esta mistura de genes e sonhos. “’Tou fodido, nunca vou ter descanso...”, dei por mim a pensar. Contudo, como disse, felizmente, durou apenas alguns minutos. Pá, segundos até, quem sabe. É que quando pensava em verbalizá-lo, para lhe dar aquela potência extra que qualquer pensamento ganha quando dito para o Vento ouvir, parei! Parei e reparei... que no fundo, se houvesse deus, que ele quisesse que sempre assim fosse. Pois a minha mente contaminada de algum negativismo que andava no ar, convenceu-se que era algo de mau esta comichão. E eu, que dela duvido pouco, fiadinho na sua mais recente conclusão. Apercebi-me, no fundo, que... que deus quisesse que eu sempre tenha, não essa comichão ou rebentos de sonhos, mas a vontade de fazer algo que me faz feliz, pôr-me à corrida atrás de algo que pertence dentro de mim. Pode ser viajar, pode ser fazer os mil e quinhentos metros para mulheres nos olímpicos de 2013, emplastrar o emplastro ou andar com o olho esquerdo fechado e só o abrir a jogar dardos numa terça à tarde perto da sé velha... seja o que for, espero não perder a vontade de o perseguir.
E assim, sendo este o primeiro texto desta senda, é imperativo partilhar algo que muitas vezes me apoquenta, por minha estupidez. Não sei porquê, sendo que não faz sentido e vai contra aquilo que os genes e os sonhos imperam. É que muitas vezes, ao escrever, tenho medo que as pessoas julguem que me julgo melhor do que qualquer outro. Não é verdade. Ao escrever, especialmente acerca destas realidades por que vou passando, faltaria alguma coisa se não me referisse, se não mostrasse as coisas como as vejo e como me parecem ser. Vem tudo filtrado por aquilo que eu acho melhor, ou pior. E as opiniões abundam, naturalmente. Todavia, tenho sempre, mesmo que seja muitas vezes apenas de mim para mim, o esforço de me relembrar que aquilo que é melhor para mim, aquilo que me acende, não é necessariamente o mesmo que acende outra pessoa qualquer. Há quem seja feliz tendo a mesma rotina todos os dias, no mesmo sítio – e eu genuinamente acho isso tão válido como, nas palavras de sábios de bancada, ser um vagabundo como eu. Há cenas que me deixam descontente, mas até esse termo tento batalhar. Note-se que o escrevi e apaguei duas vezes. Seja como for, vou deixar-me de frescuras e dizer que, efectivamente, apesar de muitos poucos de nós termos o dever de deixarmos os outros não-descontentes (especialmente estranhos a mim), o que eu não curto é quando alguém se resigna e se entrega a uma VIDA que não os faz felizes. É justo dizer que acho tão inválido alguém que quer conhecer o mundo e se circunscreve ao seu círculo de sempre, como alguém que gostava de estar paradinho e quieto, e vai viajar para impressionar os amigos ou para se convencer a si próprio que é bué de cool. E assim tenho dito, ainda que, quem sabe, por mais palavras do que aquelas necessárias, que o que vou dizendo, não será com um cariz julgador ou de quem sabe tudo, mas de quem sabe o que sabe, de si para si, e muitas vezes nem isso. Clarificando isto no primeiro texto poupa-me o trabalho de andar sempre com merdices – ainda que quem não o leia e leia os restantes possa achar que eu acho que sou o maior. No worries.
E assim, sendo este o primeiro texto desta senda, é imperativo partilhar algo que muitas vezes me apoquenta, por minha estupidez. Não sei porquê, sendo que não faz sentido e vai contra aquilo que os genes e os sonhos imperam. É que muitas vezes, ao escrever, tenho medo que as pessoas julguem que me julgo melhor do que qualquer outro. Não é verdade. Ao escrever, especialmente acerca destas realidades por que vou passando, faltaria alguma coisa se não me referisse, se não mostrasse as coisas como as vejo e como me parecem ser. Vem tudo filtrado por aquilo que eu acho melhor, ou pior. E as opiniões abundam, naturalmente. Todavia, tenho sempre, mesmo que seja muitas vezes apenas de mim para mim, o esforço de me relembrar que aquilo que é melhor para mim, aquilo que me acende, não é necessariamente o mesmo que acende outra pessoa qualquer. Há quem seja feliz tendo a mesma rotina todos os dias, no mesmo sítio – e eu genuinamente acho isso tão válido como, nas palavras de sábios de bancada, ser um vagabundo como eu. Há cenas que me deixam descontente, mas até esse termo tento batalhar. Note-se que o escrevi e apaguei duas vezes. Seja como for, vou deixar-me de frescuras e dizer que, efectivamente, apesar de muitos poucos de nós termos o dever de deixarmos os outros não-descontentes (especialmente estranhos a mim), o que eu não curto é quando alguém se resigna e se entrega a uma VIDA que não os faz felizes. É justo dizer que acho tão inválido alguém que quer conhecer o mundo e se circunscreve ao seu círculo de sempre, como alguém que gostava de estar paradinho e quieto, e vai viajar para impressionar os amigos ou para se convencer a si próprio que é bué de cool. E assim tenho dito, ainda que, quem sabe, por mais palavras do que aquelas necessárias, que o que vou dizendo, não será com um cariz julgador ou de quem sabe tudo, mas de quem sabe o que sabe, de si para si, e muitas vezes nem isso. Clarificando isto no primeiro texto poupa-me o trabalho de andar sempre com merdices – ainda que quem não o leia e leia os restantes possa achar que eu acho que sou o maior. No worries.
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